Hoje o Vasco da Gama realiza o Primeiro Encontro com Investidores. Um evento focado no mercado corporativo e de investimentos, para dar o máximo de transparência ao mais exigente público possível e começar a mudar a imagem clichê que se costuma atribuir a esta centenária instituição. Trabalhamos desde janeiro passado sempre mirando as barras mais altas. Em vários momentos do ano, ouvi da torcida e da imprensa a cobrança por abrirmos os números. Não era hora, não tínhamos eles claros, nem bem definidos, não dava pra ser mais ou menos. Isso é Vasco e temos a obrigação de entregar o máximo.
Ao longo de um ano, vivi uma experiência totalmente nova de ser um executivo de uma grande instituição tentando se reestruturar. Em qualquer trabalho de gestão, uma matriz de riscos e fraquezas é considerada para se desenvolver um trabalho, mas a velocidade com que isso se estabelece no futebol é alucinante para qualquer um que se proponha a trabalhar com este setor e mirando a longo prazo. Depois destes quase 12 meses, o maior esforço desta diretoria foi acreditar que o trabalho sério não seria punido. Tantas foram as tentações de se repetir o velho discurso de “quando cair de divisão, aí que vocês vão ver o problema”. Contratar e se endividar ainda mais, pra poder resolver lá na frente. Não, o Vasco tinha que resolver já.
A visão estabelecida pelo Pres. Alexandre Campello tinha a Controladoria e o Financeiro como braços vitais para se impôr a austeridade necessária e urgente. Foi com tensão até o último minuto, mas o time não caiu de divisão e isso justificou todo o trabalho. Agora, o clube pode começar a se planejar depois de um ano em que recebemos um passivo de dívidas de curtíssimo prazo combinada com a falta de receita corrente, fruto de adiantamentos da ordem de 93% do que teria-se a receber. Resumo: passamos um ano inteiro com o salário de menos de um mês. E no meio disso, muitas tentações, brigas políticas, encantadores de serpentes vendendo ilusão, a fim de tornar tudo mais difícil. E o pior, a narrativa bobona de que tínhamos um discurso vitimista.
Acaba o ano e de vitimismo não tem nada. Os resultados vão ser entregues, expostos voluntariamente a sabatina de um público altamente exigente, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, com transmissão ao vivo para toda a torcida. Vamos entregar um plano que não é de uma diretoria, de um grupo de pessoas. Ele é do Vasco, é de uma instituição, ele é atemporal, não depende de A ou B pra ser realizado. Depende de postura, de seriedade e compromisso.
Hoje é um dia em que o Departamento de Marketing é só acessório. É o dia de quem cuidou dessa difícil missão financeira mostrar todo esse trabalho. Bato palmas feliz para este time de parceiros e amigos, abnegados e incríveis profissionais, e sinto um orgulho imenso de saber que o Vasco é capaz de tanto. O Vasco é o time da virada, não é à toa.