Pra responder logo à pergunta do título: nenhum dos dois e as duas coisas. Complicou? Vamos falar sobre TV de clubes! (Mas lembre-se que no livro “Inovação é o Novo Marketing” você vai encontrar bastante coisa sobre o tema também. Já comprou o seu? Clica aqui)
O conteúdo proprietário é um ativo valioso na indústria do entretenimento, ainda pouco explorado, mas com toda a tendência de virar commodity. O que quero dizer com isso? Em breve vai ter tanto conteúdo e tanto canal, que o valor de iniciativas que hoje parecem incríveis, serão risíveis.
Futebol & Entretenimento: duas indústrias em fusão
É preciso entender que quando dizemos que o futebol precisa se aproximar da indústria do entretenimento, não estamos querendo propor uma mudança de core business. Ao contrário, temos que falar de uma reestruturação de modelo de negócios. Portanto, saber ganhar dinheiro com entretenimento não significa virar uma holding de negócios de entretenimento. O futebol seguirá sendo um gerador de emoções, encontros e valores em comuns entre as pessoas. A gente se encontra para celebrá-los na forma de uma partida ou de um campeonato.
A forma de explorar comercialmente cada um dos momentos gerados por essas emoções, encontros e valores deve ser avaliada de maneira distinta. Para aquelas em que existem grandes empresas no mercado, altamente especializadas, em cenários de alto custo de entrada para novos players, o futebol deve ficar onde está. Para outros, onde a comunicação de massa não oferece o mesmo efeito e resultado, a coisa deve ser diferente.
Super Nichos
Isso tem que estar claro para quem pensa a TV de um clube. Suas grandes funções estão em tudo aquilo que é super nichado. Ou seja, ser direcionado por um consumidor ávido e intenso, que não é capaz de saciar sua fome de informações do clube pelos canais generalistas da grande mídia.
A outra função importante que a TV de clube deve cumprir é gerar conhecimento do perfil de usuário de cada um desses seus espectadores. Isto as plataformas que tratam de todos os clubes e esportes, não são capazes de oferecer. Ou seja, saber se o fã que gosta de futebol tem como segundo interesse basquete ou UFC, pode ajudar a separar em diferentes grupos os integrantes de uma mesma torcida. Isso é uma informação útil na qualificação dos leads que o clube pode negociar em diversas ações no mercado. Por exemplo, o modelo do Barcelona é exatamente esse e já escrevi sobre isso aqui.
Então, mais do que verdades prontas e cegueiras absolutas, é preciso calma. Ninguém está inventando a roda, nem ninguém está condenado ao desaparecimento. Os novos contextos nascem ao longo do caminho e é preciso ir com parcimônia, sabendo que a transição é tão longa quanto inevitável.